Clubistas participaram do encerramento do ano letivo com atividade às margens do Rio Paraíba, em São José dos Campos, com o campeão de caiaque extremo, Pedro Oliva

Uma parceria do Projeto WASH com o projeto de extensão “Alfabetização científica para a formação cidadã”, do Instituto Federal São Paulo (IFSP), campus São José dos Campos, resultou, em 2019, na criação do “Clube de Ciências Meninas nas Exatas: no Vale elas fazem ciência”, à época sob a coordenação da professora Maria Tereza Fabbro, do IFSP/SJC. 

Em 2022, o projeto foi ampliado. O Clube agregou a participação de meninos estudantes, e passou a se chamar “Clube Meninas nas Exatas e Jovens Cientistas”, sob a coordenação das professoras Larissa Tavares Moreno e Diana Damasceno Barreto Valeriano, das professoras voluntárias Maria Tereza Fabbro e Janaina Alencar Mota e Silva, em parceria com o Museu Interativo de Ciências e as professoras Danielle Caroline da Silva Chagas e Jéssica Prado Gomes. O Clube conta, atualmente, com a participação de 10 meninas e cinco meninos.

Maria Tereza explica como se deu a entrada dos meninos no grupo. “A essência do Clube era só para meninas, porém, desde o ano passado alguns meninos pediram para participar. Nosso Clube não excluí ninguém, mas, a ênfase maior é mostrar para as meninas que elas podem e devem seguir carreira na área de exatas ou onde quer que elas queiram. Nunca deixar alguém dizer que elas, por serem meninas, mulheres, não podem”, afirma a professora.

O trabalho é desenvolvido com estudantes da Escola Municipal Palmyra Sant’anna e, neste ano, os integrantes do Clube Meninas nas Exatas e Jovens Cientistas realizaram diversas atividades em parceria com o Céu Profundo, um coletivo de educação e divulgação científica dedicado à astronomia, que tem como coordenador Wandeclayt Martins de Melo.

As alunas e alunos estudaram sobre cartas celestes, órbitas, astronomia de posição, observaram o Sol pelo telescópio, e conseguiram visualizar, na prática, as elipses (figura plana estudada na geometria analítica, classificada como uma cônica, que tem, entre suas aplicações, a análise de movimentos de astros). “Estudaram, também, sobre a velocidade de escape, gravidade e potencial gravitacional. Em outro momento, realizaram a construção e destruição do sistema solar através da ferramenta Noirlab Teen Astronomy Cafe, que pode ser acessada de casa através do site: https://noirlab.edu/public/education/TAC-ToGo/”, informa Maria Tereza.

As atividades em parceria com o Céu Profundo se encerraram no último dia 25 de novembro, às margens do Rio Paraíba, com a presença do atleta Pedro Oliva. Natural de São José dos Campos, Oliva ganhou destaque nacional e internacional, em 2009, após saltar de caiaque da cachoeira Salto Belo, em Campo Novo dos Parecis (MT), de quase 40 metros, conquistando o recorde mundial da modalidade caiaque extremo.

Para a festa de encerramento, os clubistas foram para às margens do Rio Paraíba, que corta São José dos Campos. Muitos estudantes não sabiam que o rio passava por dentro da cidade e se interessaram por conhecê-lo. Em 2015, nesse rio, foi desenvolvido o “Projeto Cachoeiras”, que consistiu em percorrer, com Oliva, o trajeto da nascente do Rio Paraíba do Sul, na Serra da Bocaina (SP), até São João da Barra (RJ), onde ele desagua no mar. O projeto foi realizado através de uma parceria inédita entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Universidade Estadual Paulista (Unesp) e outras instituições que se uniram para somar forças. Nesse percurso, para estudar a qualidade do rio, o atleta coletou amostras de água, do ar, da vegetação etc.

Na atividade do dia 25, Oliva conversou com os (as) clubistas sobre essa experiência, a importância da preservação do rio, da natureza, dos animais e das matas ciliares. “Foi muito interessante a atividade”, afirma Maria Tereza.

Para o ano que vem, o Clube Meninas nas Exatas e Jovens Cientistas dará continuidade às atividades, em parceria com o Museu Interativo de Ciências (MIC), da Prefeitura de São José dos Campos. “A temática a ser explorada ainda não foi definida, mas os clubistas demonstraram muito interesse em realizar um estudo investigativo sobre o meio ambiente”, completa a professora.

Redação: Delma Medeiros