
Numa agenda especial, uma equipe do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) esteve em Londrina na quinta-feira, 23 de junho, para fazer o lançamento oficial da 19ª. Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), que será realizada em outubro, em Brasília (DF). Durante a visita, a equipe aproveitou para conhecer a experiência desenvolvida pelo Projeto WASH – Workshop Aficionados em Software e Hardware, na escola municipal Maestro Roberto Pereira Panico, que rendeu, inclusive, um prêmio internacional para a unidade de ensino (leia mais).
O tema da 19ª. Semana Nacional de Ciência e Tecnologia é “Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil”. O objetivo é refletir sobre a independência do Brasil, que completa dois séculos, e como a ciência e tecnologia contribuíram para o crescimento do país, nesse período.
A visita a Londrina foi organizada pela deputada federal Luiza Canziani, pelo ex-deputado federal e atual secretário de governo de Londrina, Alex Canziani, e pelo prefeito Marcelo Belinati. O MCTI foi representado pelo diretor do Departamento de Promoção e Difusão de Ciência, Tecnologia e Inovação, Daniel Fonseca Lavouras, e pela coordenadora-geral de Popularização da Ciência, Tecnologia e Inovação, Silvana Copceski.
Para o lançamento do edital foi realizada uma cerimônia no auditório da prefeitura de Londrina, da qual participaram diretores de escolas, educadores, universidades e outras instituições de ensino. Além de apresentar o edital, os gestores do MCTI falaram dos investimentos do Ministério na popularização da ciência. “A equipe apresentou os programas, os editais que contemplam os projetos de popularização da ciência aos quais as escolas poderão se candidatar”, informou Thatiane Verni Lopes de Araujo, diretora da Escola Maestro Roberto Pereira Panico.
Depois da cerimônia, o secretário Alex Canziani, fez um tour com a equipe do MCTI por pontos especiais de Londrina, incluindo uma visita à Escola Maestro Roberto Pereira Panico. O objetivo foi apresentar os trabalhos desenvolvidos na escola, decorrentes da parceria com o Projeto WASH. “Para receber essa visita, separamos o que a escola apresentou na última Feira de Ciências e o que levou junto com o WASH, para a 18ª. SNCT, realizada em Brasília, em novembro de 2021. Fizemos exposição desse material no Makerspace e outros pontos da escola, incluindo fotos com a equipe WASH, o trabalho apresentado no ITA, o projeto Garotas STEM, e o vídeo sobre deslizamentos produzido pelas crianças da escola com a equipe do WASH e do Cemaden Educação”, contou Thatiane.
O grupo conheceu o laboratório Makerspace/WASH e interagiu com as crianças que estavam utilizando o espaço. “Foi muito interessante essa interação”, afirmou Thatiane.
A diretora destacou para os presentes a importância da parceria com o WASH. “Disse o quanto foi bom a escola ter adotado a metodologia WASH. Quando firmamos essa parceria com o WASH ampliamos a iniciação científica que já tinha na escola, nos aproximamos com o Instituto Federal, bolsistas, universidades, pesquisas, unidades de pesquisas como o Cemaden e o CNPq. A aproximação com essas instituições foi possível pela inserção do WASH na escola Panico”.
Thatiane citou, ainda, que os estudantes dão continuidade às pesquisas e às oficinas desenvolvidas com o Projeto. ”Com a ajuda dos bolsistas, as crianças continuam as pesquisas que aprendem a fazer com os jogos. Não se trata apenas da criação de jogos usando a linguagem Scratch, mas de pura iniciação científica”.
Segundo a diretora, ao ver as fotos e os trabalhos, a equipe do MCTI pode comprovar não se tratar de algo montado na hora, mas o resultado de um trabalho validado há algum tempo.
Logo na entrada, foi montado um painel com as “conquistas da nossa escola”, em que colocou, entre outros itens, o Termo de Adesão ao Projeto WASH. “O mais legal do WASH, além da iniciação científica, do trabalho que acontece, é a comunicação e troca de experiências com outros municípios e instituições. Por exemplo, quando participamos da SNCT, tivemos a oportunidade de conhecer o trabalho que é feito em Prado Ferreira, e ficamos no estante do CNPq, com o WASH, É um grande orgulho uma escola pública conhecer outras realidades, estar inserida nesse ambiente de pesquisa”, afirmou Thatiane. E complementou: “quem proporciona isso é o WASH e sua equipe.”
Para Thatiane, investimentos no Projeto são essenciais, porque o retorno é comprovado. “É fundamental o investimento de bolsas aos alunos de iniciação científica, para que eles possam manter o programa. A parceria entre alunos (as) do ensino médio/básico se fortalece e acaba sendo um incentivo aos estudantes da escola pública a estarem mais próximos da ciência. O WASH é um Projeto efetivo, que mostra com resultados de como a verba foi investida”, reforçou, frisando o nítido comprometimento dos estudantes quanto às atividades feitas na Panico.
Garotas STEM
Equilibrar a participação das mulheres na área de ciência e tecnologia é um dos propósitos do Projeto WASH, que promove a iniciação científica e a popularização da ciência nas redes de ensino. Um exemplo do sucesso dessa iniciativa foi o prêmio internacional recebido pela escola Maestro Roberto Pereira Panico. A instituição foi selecionada, com o Projeto Makerspace/WASH Iniciação Científica, na segunda chamada pública do Garotas STEM, lançado pelo programa Mulheres na Ciência, iniciativa do British Council, do Reino Unido; em parceria com o STEM Education Hub e a Fundação Carlos Chagas. O projeto surgiu como tese de mestrado da gestora da escola, com o intuito de aproximar as (os) estudantes da prática científica. Com o desenvolvimento dos trabalhos, foram se juntando parceiros como o Projeto WASH, que foca na iniciação científica, e profissionais do Instituto Federal do Paraná (IFPR).
Outra iniciativa nesta seara foi o projeto de extensão Clube de Ciências, com o projeto “Meninas nas Exatas: no Vale elas fazem ciência”, resultado da parceria do WASH com o IFSP Campus São José dos Campos. O Clube de Ciências participou, em março, da quinta edição do Science Days 2022, uma mostra de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, organizada em São José dos Campos, pelo Instituto Alpha Lumen.
Em Campinas, a participação feminina no universo científico pode ser constatada na Escola Estadual Vitor Meireles, com a adoção da metodologia do WASH. Em maio, bolsistas da escola participaram da agenda global Scratch Day, com o projeto denominado STEAMeninas, que criou uma sala de aula para tirar dúvidas de estudantes sobre o papel da menina e da mulher na sociedade, numa ação que envolveu cerca de 60 meninas de escolas estaduais da cidade.
Texto: Delma Medeiros
Revisão: Elaine da Silva Tozzi
