Alunos, em destaque, participam das oficinas do Programa WASH, no Sesi Sumaré, com a coordenação do professor, Wagner Tomé Silva.
À esquerda, Arthur Rodrigues Galvez Souza Pinto, atual campeão de Xadrez, no SESI Sumaré; e, abaixo, Daniel de Campos dos Santos, também, ganhou destaque em 2023, ao vencer torneio em Limeira.
Eles esbanjam concentração, memória, planejamento e tomada de decisões; e a prova disso são as vitórias que começam a acumular em torneios de Xadrez, dentro e fora da escola que estudam. Quando falam sobre o tema, revelam que o Xadrez está “nas veias”.
Arthur Rodrigues Galvez Souza Pinto, 14 aos, do nono ano do Ensino Fundamental; e Daniel Campos dos Santos, 14 anos, oitavo ano, são estudantes do Sesi Sumaré e frequentam as oficinas de Xadrez do Programa WASH, nesta unidade escolar.
As oficinas do WASH reúnem, em média, cerca de 64 alunos. Lá três bolsistas apoiam as atividades que acontecem em horários alternados às aulas. A Coordenação local do WASH, no Sesi Sumaré, é do físico, Wagner Tomé Silva, que acompanha os bolsistas e as atividades.
Arthur conta que participou de todas as oficinas de Xadrez deste ano e algumas do ano passado. “No início, jogava algumas partidas com o professor Wagner e colegas; então, comecei a me interessar, mais e mais, pelo tabuleiro. Agora, o Xadrez é parte da minha rotina de lazer e estudos”. Arthur é o atual campeão de Xadrez, no SESI Sumaré; e, olha que esse foi o único torneio que participou até então.
E não é só no tabuleiro que ele tem se destacado. Recentemente, ele começou a participar da equipe de torneios de robótica e foguetes. Em 2022, integrou a equipe de robótica e lego da First Lego League (FLL), organização que realiza campeonatos de construção com o lego, sempre com um tema por ano, para que os alunos consigam solucionar um trajeto e um problema e assim pontuar. Neste ano, conseguiu se classificar para a competição da Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG), parte prática da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), para o lançamento dos foguetes; além de coordenar a equipe de programação do Coderz, do SESI Sumaré – Plataforma de desafios de programação e robótica cibernética, que é integrado ao currículo do SESI.
O estudante destaca que a confiança que os professores depositam nele e o reconhecimento do seu potencial por colegas e professores ajudam no seu desempenho. “Eles acreditam no meu potencial e o quão vencedor eu posso ser”.
Dentro desse cenário de incentivo, Arthur afirma que seus planos para o futuro são focar nas outras olimpíadas nacionais, como a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas – OBMEP – e a prova teórica da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica – OBA, entre outras.
Neste momento, o jovem enxadrista diz que o seu foco está na competição de lançamento de foguetes da MOBFOG, no nível 2, lançado com água e ar comprimido. “Minha expectativa é alta, porque que estamos nos dedicando muito, há muito tempo, para essa competição.”
Arthur revela que, na sua família, foram poucos os que ingressaram nas áreas das olimpíadas e ciências; mas, no Xadrez, teve um primo professor, em Guarulhos. “Entrar nessa área foi uma decisão muito importante e que eu tenho muito orgulho, por mais que a caminhada seja um pouco complicada”, constata o aluno.
Até mesmo no seu tempo livre, Arthur comenta que gosta de estudar. “Eu adoro me dedicar a aprender as novas matérias durante a escola, e me aperfeiçoar nas que já sei, discutindo com os professores sobre os conteúdos. Sou melhor na área das Exatas e Ciências Naturais”, declara. Mas, também, não abre mão de conversar com amigos, ler e jogar Xadrez e videogame, no seu tempo livre.
Para se aperfeiçoar no Xadrez, o estudante aposta na leitura de livros feitos por Grandes Mestres do Xadrez mundial, principalmente, em registros de partidas de campeonatos renomados. “Procuro fazer a minha própria análise das partidas, além de jogar várias partidas rápidas online”. Ele pretende aprimorar-se, cada dia mais, para participar de vários campeonatos.
A dica do campeão para os iniciantes no Xadrez ou para aqueles que acham difícil é simples. “Eu diria para só se divertir no começo, tratando como um jogo de tabuleiro qualquer, sem se forçar muito. Comece aos poucos, e vá avançando nas teorias e história do Xadrez, assim que se sentir mais confortável.”
Antes de encerrar a conversa, o aluno comenta que adoraria ser bolsista do Programa WASH. “Seria uma honra para mim, por toda atenção e divulgação tecnológica e científica que ocorre, em todas as áreas”.
MAIS UM CAMPEÃO, AGORA, EM LIMEIRA
O campeão de Xadrez no Sesi Sumaré, em 2022, Daniel de Campos dos Santos, também, ganhou destaque em 2023. Daniel venceu o torneio de Limeira, com cinco rodadas, no sistema suíço, no qual os jogadores disputam o mesmo número de partidas e os vitoriosos se enfrentam entre si. “Foi difícil, mas muito bom.”
O gosto pelo Xadrez tem influências familiares. Ele conta que o pai e o irmão jogam Xadrez. “Meu irmão já foi tricampeão no SESI Sumaré e o meu pai participou de vários jogos entre empresas.”
O estudante participa das oficinas de Xadrez do WASH, desde 2022. Nas atividades de robótica, também no SESI, ele já jogava partidas com o professor. “Venho me aprofundando desde o ano passado, e o Xadrez é, para mim, um passatempo, mas também um profissão, que gostaria de seguir.”
Na escola, Daniel adora Matemática, porque se sente forte em raciocínio, e pretende fazer faculdade nesta área. Só não decidiu ainda se fará Matemática Pura ou Aplicada. E, mesmo no tempo livre, ele diz que reveza o Xadrez com o futebol.
Daniel destaca que dos três torneios que já participou levou dois: foi vencedor no SESI e, agora, em Limeira; e pretende participar de mais campeonatos. “Procuro estudar muito as aberturas e finais, para me aperfeiçoar, porque, no Xadrez, os pequenos detalhes fazem toda a diferença. Um erro pode ser fatal. Para se ter uma ideia, na internet, ele acumula, aproximadamente, 2700 partidas, no Chess.com, site para jogar Xadrez online.
O estudante ressalta que o Xadrez é difícil, então é importante que os interessados busquem professores para o aprendizado correto. “Primeiro, é preciso melhorar o raciocínio, fazendo problemas de Xadrez. Estudar bastante e ir aos poucos. Aplicar-se nas aberturas e variantes de aberturas, além disso buscar cursos, ler livros, entre outros.”
Sobre o futuro, Daniel quer ser, ao menos, um mestre FIDE, título criado em 1978, e concedido pela Federação Internacional de Xadrez aos profissionais, que tenham obtido a pontuação igual ou superior a 2300 pontos em, pelo menos, 24 partidas válidas pelo rating (ranking/classificação) da FIDE.
“Quero ganhar muitas competições e partidas. Ainda não decidi se quero ser um jogador profissional, mas, quero me aperfeiçoar no Xadrez para ser um grande jogador, seja para ensinar – ser um professor – ou ser enxadrista, para participar de torneios internacionais, que reúnem só os melhores; ou, mesmo, torneios nacionais que reúnem, também, os melhores.”
Texto: Denise Vieira Pereira
Foto: Acervo pessoal de Arthur Rodrigues Galvez Souza Pinto e de Daniel de Campos dos Santos,