A participação dos estudantes do Sesi Sumaré, sob orientação dos professores Wagner Tomé Silva e Natália Tostes de Castro, na 50ª Jornada de Foguetes, em Barra do Piraí (RJ), na primeira semana de dezembro, teve saldo positivo e vitorioso. O evento foi organizado pela Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA).

Três equipes da unidade escolar participaram da competição, no período de 4 a 7 deste mês, sendo que uma delas, formada pelos estudantes, Renan Gabriel Moreira e Mayara Leme Cabetti, ficou em primeiro lugar, alcançando a melhor marca da competição, com participantes de todo o Brasil.

A segunda equipe, formada pelos alunos, Heloísa Gonçalves Silva, Felipe Matteo Coutinho e Larissa Alves Barbosa, ficou em  9° lugar; e os alunos,  Manuela Pires Abdo, Daniel de Campos dos Santos e Maria Luiza Menuzzo de Siqueira, ocuparam o 12° lugar na Jornada.

Os resultados positivos surpreenderam e refletem todo o trabalho e esforços desenvolvidos com os estudantes ao longo de 2023, para o desenvolvimento de projetos para a construção de foguetes com garrafa pet, levados para competições no país, com o apoio da Escola, do Programa Wash (que financiou parte dos custos via Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), dos professores e de toda comunidade escolar.

 

De acordo com o professor e orientador das equipes, Wagner Silva, foram meses de trabalho, pesquisas, testes e descobertas até a chegada no pódio. Ele conta que as 25 melhores equipes foram premiadas como campeãs, durante a competição; porém, a dupla do Sesi, formada por Mayara e Renan, foi a melhor e a única a ultrapassar os 400 metros de distância no lançamento do foguete, garantindo o  primeiro lugar.

A campeã, Mayara Leme Cabetti, 13 anos, aluna do 8° ano do Fundamental II, comentou que o trabalho foi árduo, mas contou com o apoio dos professores e colegas do 9º ano. “Nós trabalhamos para vencer; mas, ver outras equipes muito boas, nos fez pensar que conseguiríamos, no máximo, uma colocação entre os 10. Foi uma preparação com muitos cálculos e testes, a montagem do nosso foguete, com maior lançamento, durou cerca de quatro dias, já o conhecimento para fazê-lo foi resultado de um ano.”

O parceiro de Mayara, Renan Gabriel Moreira, 13 anos, também do 8° ano, conta que a premiação representa muito pra ele. “Essa foi a minha primeira participação numa competição e vim de uma escola pública; e, mesmo assim, consegui me adaptar, neste nível de ensino.”

Renan disse que integrou a equipe um mês da competição começar. “A nossa escola tinha uma equipe que estava treinando desde o começo do ano; mas, por problemas, não conseguiu participar. Foi, então, que faltando cerca de um mês nos chamaram. Começamos a nos preparar e a aprender durante esse tempo com ajuda da antiga equipe, professores e alunos do Ensino Médio.”

Segundo o estudante, o foguete apresentou grandes inovações e a equipe estava com foco no troféu. “Fomos com a mentalidade de pegar uma posição alta, mas não com a esperança do top 10”.

Depois deste primeiro lugar, as perspectivas são grandes em relação à próxima competição. “No ano que vem, nós vamos com a expectativa ainda mais alta, com a ideia de passar os 400 m e pegar o 1° lugar entre as 59 equipes novamente”.

 

Renan afirma que suas disciplinas preferidas na escola são História e Geografia e que pretende ser psiquiatra ou historiador; mas que participar de projetos como esse incentivam os alunos a serem competitivos e despertam novos interesses.  “Eu, mesmo,  não sabia como era legal essa área de foguetes. O resultado da competição foi fruto do trabalho de várias pessoas, teve ajuda de pessoas do Ensino Médio, dos professores e da antiga equipe.”

O estudante argumenta que existe também o aprendizado na parte da convivência. “Ao  passar horas e horas junto de diversas pessoas, temos a oportunidade de conhecer muita gente e a convivência foi bem saudável”.

A importância da orientação

Os estudantes não poupam elogios ao trabalho dos seus orientadores no projeto e na competição.

Para Renan, os professores Wagner  e Natália, deram o seu melhor no trabalho de preparação para a competição ao alunos. “Aprendemos a todo instante coisas novas e tivemos todo apoio e suporte nesta conquista. Não consigo pensar em pessoas melhores para nos auxiliarem nesse desafio.”

Mayara Cabetti, também, ressalta o papel dos orientadores. “O professor Wagner é um excelente profissional. Tem um conhecimento enorme na sua área de atuação e está sempre passando esse conhecimento para nós. Ele sempre nos estimula a trabalhar em grupo, a respeitar nossas diferenças e a manter o foco no trabalho. Ele é bastante rígido, mas é uma inspiração. É um privilégio trabalhar com ele.”

Sobre a premiação, ela ainda destaca que a vitória abriu sua visão. “Eu percebi que com muito esforço e dedicação, eu posso alcançar meus objetivos, independentemente de quais sejam eles. Infelizmente, nós, da classe menos privilegiada, não temos tantas oportunidades, e projetos como esse nos ajudam a sonhar, correr atrás desses sonhos e lutar por oportunidades melhores.”

A estudante acrescenta que “projetos como esse criam oportunidades, ensinam a lidar com as derrotas e vitórias e a trabalhar em equipe, o que é muito importante e desafiador, porque somos pessoas diferentes, com pensamentos diferentes; e o fato de termos opiniões diferentes, também, enriquece o trabalho, pela troca de experiências; e, ainda, nos prepara para o mundo profissional.”

Mayara afirmou que ainda não  definiu a carreira que deve seguir, mas será algo  relacionado à matemática ou à computação. A matemática, por sinal, é a sua matéria preferida.

Confira a classificação das equipes do Sesi Sumaré, na 50ª Jornada de Foguetes

– 1º lugar: Renan Gabriel Moreira e Mayara Leme Cabetti, com o foguete alcançando 403.4m.

– 9º lugar: Heloísa Gonçalves Silva, Felipe Matteo Coutinho e Larissa Alves Barbosa, alcançaram  354.9m.

– 12º lugar: Manuela Pires Abdo, Daniel de Campos dos Santos e Maria Luiza Menuzzo de Siqueira, alcançaram 252.5m.

 

Texto: Denise Vieira