Ciência para todas as idades!

O dia 8 de março, próxima sexta-feira, será marcado com uma aula especial para a abertura das atividades da Universidade Aberta às Pessoas Idosas  (UAPI), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Campus  Diadema, com o tema “Mulheres na Ciência”.

A aula será ministrada por Carolina Vautier Teixeira Giongo, graduada em Química pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com Mestrado e Doutorado em Físico-Química pela mesma Universidade e pós-doutorado pela California State University at Northridge, nos Estados Unidos.

Carolina é integrante do grupo Cientistas de Diadema e, também, coordena o Projeto Mulheres na Ciência, voltado aos estudantes do Ensino Médio, que aborda os anseios profissionais de jovens, dando destaque às meninas de Diadema e arredores.

Carolina Giongo, palestrante no evento

Docente no Campus de Diadema da Unifesp, desde 2006, Carolina dedica-se há mais de 17 anos às atividades de extensão universitária, voltadas à divulgação científica e vida acadêmica, além do público em geral.

A aula de abertura da UAPI será a partir das 14, no Campus Diadema – Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas, no Edifício de Acesso à Avenida Conceição, 515, Centro, Diadema.

O evento não contará com transmissão on-line e o público esperado para a atividade é estimado entre 80 a 90 pessoas, público participante da UAPI.

Carolina antecipou ao Programa WASH algumas temáticas que serão abordadas durante o evento.

A professora conta que 89% do público da UAPI são mulheres, e reúne cursantes de todos os níveis de escolaridade, do Ensino Fundamental à Pós-graduação. O enfoque da aula será destacar a participação feminina na ciência, nas universidades, fato  também na própria UAPI, com ampla composição de mulheres.

“Minha proposta, no evento, será levar dados sobre a participação das mulheres na ciência no Brasil e no mundo; abordar comparativos de escolaridade do segmento do Ensino básico ao Ensino Superior, discutir o que teóricos definem como ‘Efeito Tesoura’, fenômeno (ver gráfico) que revela que nas carreiras científicas, quanto maior é o nível de ascensão na carreira, menor é registrada a participação das mulheres e maior é a presença masculina.”

A professora lembra, ainda, que “mesmo com a participação feminina sendo praticamente equânime no doutorado, por exemplo, com as mulheres representando 54% dos cientistas, é possível avaliar que há um teto para a progressão na carreira científica”.

Alguns fatores, explica a professora, justificam esse cenário; entre eles o fato das mulheres estarem envolvidas no cuidado com a família e filhos, cuidado com a casa, cuidado com o pais idosos, o que exige grande dedicação e, por consequência,  perdas no espaço profissional, havendo necessidade de políticas de incentivo ao segmento.

Outro ponto que ganhará destaque na aula será a abordagem de como mulheres são realizadoras na ciência, mas pouco reconhecidas. Um exemplo que será mostrado será em relação às personalidades que venceram o Prêmio Nobel.

Carolina afirma, ainda, que buscará evidenciar figuras de destaque na ciência que fizeram, fazem e continuam realizando muito pela área, independentemente de idade e raça.

Projeto Mulheres na Ciência

O “Mulheres na Ciência”, projeto oferecido no Campus da Unifesp, em Diadema, integra o Projeto Articula Escolas, que faz parte do Programa Institucional de Iniciação Científica Ensino Médio da Unifesp.

Coordenado pela Profa. Carolina Giongo, tem como objetivo mapear os anseios profissionais dos jovens, com destaque às meninas, de Diadema e arredores, para a carreira científica.

Em 2024, quatro estudantes são orientados pelo Projeto, oriundos das escolas públicas de Diadema, EE Sylvia Ramos Esquível e a ETEC JK.

O Programa WASH parabeniza a iniciativa e destaca a importância da  educação científica para um público  intergeracional.

 

Texto: Denise Pereira

Fotos e ilustrações: Acervo Pessoal: Carolina Giongo