Escola Municipal Maestro Roberto Pereira Panico foi contemplada pelo British Council no Garotas STEM, do programa Mulheres na Ciência

O trabalho voltado à iniciação científica desenvolvido na Escola Municipal Maestro Roberto Pereira Panico, de Londrina (PR), está rendendo frutos. A instituição foi selecionada na segunda chamada pública do Garotas STEM, lançado pelo programa Mulheres na Ciência, iniciativa do British Council, do Reino Unido, em parceria com a Fundação Carlos Chagas. A escola desenvolve dois projetos extracurriculares de iniciação científica, o WASH – Workshop  Aficionados em Software e Hardware, e o Makerspace. No total os dois projetos atendem 130 alunos e alunas interessados em Ciência.

O Garotas STEM oferece apoio financeiro e técnico a projetos desenvolvidos, há pelo menos dois anos, em escolas, universidades, museus de ciência e organizações sociais que têm como objetivo a inclusão de meninas nas áreas das ciências exatas e naturais, engenharias e computação. A finalidade é apoiar o desenvolvimento científico e tecnológico incentivando a participação e a formação de garotas para carreiras em C&T, áreas em que as mulheres ainda se encontram sub-representadas. A proposta é estimular meninas em idade escolar que enfrentam os desafios do engajamento nas áreas de ciências.

O programa oferece formação de líderes e professores, com treinamento em ensino de ciências e sua interlocução com as discussões de gênero e raça. Foram selecionados 30 projetos, de vários estados brasileiros, que promovem a participação maior das estudantes do ensino fundamental e médio nas carreiras científicas e tecnológicas no Brasil, incentivando-as a seguirem nas áreas STEM. Os projetos selecionados receberão um aporte financeiro de até R$ 15.000,00 cada. As atividades de treinamento serão ministradas pelo STEM Education, por meio de uma parceria entre o King’s College London e o British Council.

O WASH está presente na Escola Panico desde 2019. Nesse tempo, os estudantes participam de oficinas de linguagens de programação de computador, física, química e outras ciências exatas, em que aprendem e aplicam o aprendizado em projetos práticos.

A implantação do WASH em Londrina foi intermediada pelo então deputado federal Alex Canziani, atual secretário municipal de Governo de Londrina. E atualmente o apoio ao programa continua por meio de sua filha, a deputada federal Luísa Canziani, que destina recursos via emendas parlamentares.

“É uma honra ver esse projeto selecionado em âmbito internacional. Mérito do Projeto WASH”, afirma Alex Canziani.
Ele destaca, ainda, a alegria dessa conquista. “É um privilégio participar de um edital como este, que teve mais de 100 projetos inscritos, com 30 selecionados. E o fato de ter entre eles uma escola municipal de Londrina me deixa muito feliz”, frisou. “Isso mostra a relevância do trabalho que é realizado na Escola Panico, a dedicação da diretora e toda sua equipe.”

Canziani ressalta, também, o sucesso da parceria com o WASH. “Há anos, desde que o Victor Mammana (coordenador geral do WASH) me falou sobre o projeto, acreditei nele e o apoiei com emendas parlamentares. E o resultado não poderia ser melhor. Em 2021, a Escola participou com o WASH da 18ª. Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), realizada em Brasília. E este ano recebe essa indicação”, completou.

Além do WASH, a escola abriga o Makerspace, fruto da tese de mestrado da diretora Thatiane Verni Lopes de Araujo, na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

“O Makerspace é um produto educacional do mestrado, implementado na escola também em 2019”, explicou a diretora, que comemora a seleção.

De acordo com a diretora, a participação da Panico neste projeto é uma grande oportunidade de apresentar os trabalhos realizados numa escola municipal em esfera internacional. “O projeto dá oportunidade para as crianças de escola pública mostrarem o resultado de suas pesquisas e terem vínculos com projetos de pesquisas desenvolvidas em outras instituições. Elas estão sendo estimuladas e tendo garantida a continuidade de seus trabalhos. É uma forma de motivar alunas do ambiente público a continuar com suas pesquisas e atividades”, afirmou Thatiane.

Para esta segunda edição do Garotas STEM, Thatiane inscreveu projetos realizados por quatro alunas da unidade: iluminação pública alimentado por energia solar; carrinhos de brinquedo movidos a força de reação à expulsão do ar dentro da bexiga e feitos com material reaproveitado; e um sensor de captura de escorpião.

A diretora contou que, além das estudantes que participam das oficinas estarem motivadas a seguir com os estudos nas áreas de Ciências, os professores também estão empolgados pelo reconhecimento do trabalho realizado na escola e pela capacitação que irão receber. “Isso vai possibilitar novas parcerias, visando a continuidade dos projetos de iniciação científica. Abre ainda novas visões, novas formações com relação ao trabalho STEM”, apontou.

Cita, também, que a seleção traz como benefício a capacitação dos professores envolvidos. “Teremos a chance de fazer ponte entre crianças londrinenses e de outros países; e de oferecer aos alunos um contato mais próximo com a língua inglesa. Além de ser uma prova do potencial das escolas públicas, de motivar os professores a pesquisarem, a seleção oferece oportunidade de conhecimento para as crianças e o impacto que isso vai trazer na vida delas”.

No final de março tiveram início as atividades resultantes da seleção, com duas transmissões semanais on-line pelo aplicativo Zoom.

Confira o cronograma

29 e 31/03: Introdução ao Equilíbrio de Gênero nas Matérias STEM.
12 e 14/04: Pesquisa 1: Promovendo o equilíbrio de gênero e o programa-piloto “Drayson”.
26 e 28/04: As práticas de ensino inclusivo.
10 e 12/05: Pesquisa 2: O programa ASPIRES e a abordagem de ensino de capital científico.
24 e 26/05: Carreira Profissional.
14 e 16/06: Abordagem comunitária na promoção do equilíbrio de gênero.
28 e 30/06: Comunidade científica.
12 e 14/07: Reflexões sobre o treinamento e planejamento para a transformação.

 

Texto: Delma Medeiros
Revisão: Nádia Abilel de Melo, Denise Pereira
Imagens: Registro de oficina com alunos e alunas da Escola Municipal Maestro Roberto Pereira Panico, de Londrina, arquivo da escola.